quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

A razão do meu ser

Se só da saudade eu vivo,

Das memórias dos dias passados,

De que vale então este viver?


(Que é feito da esperança?

Daquela que trás o alma ao meu ser?)


Se tudo se revela assim,

Tão vazio, tão ausente,

Então não vejo o justo sentido,

Nem a razão do meu Presente.


E procuro as respostas,

Sem ninguém mas dar.

Sinto-me perdido,

Quase sem forças para continuar a lutar...


Agora, que já só escrevo sozinho,

Guardo todos os momentos

Dentro de uma folha de papel,

Porque quero poder ter de volta os meus sentimentos,

Nos dias em que me sentir fraco,

Sem sentido, cansado e vazio.


Parece-me triste ser esta a razão do meu ser,

Mas não vejo outra,

E ouso acreditar que será esta

A verdadeira essência do meu viver.

Nuno

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Também eu quis recordar

Os ditos pedaços de vida soltos,
Mas não os soube guardar.
Dos bons e dos maus momentos,
Pouco me lembro, pouco tenho para te contar.

Passaram rápido e nem lhes dei importância,
Vivi sem saber viver,
Deixei que os momentos fugissem por entre os dedos,
E agora sinto a saudade dos bons momentos…

Dos maus, tudo recordo,
Sem saber porquê, tudo te posso contar.
E rezo para os esquecer, rezo para nada saber…

A vida passa rápido e voa para longe,
E cada vez são mais os pedaços de vida soltos…

Pedaços de vida, que vivo sem saber viver.

Nuno

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

do mundo

eu guardo aos poucos
pedaços de vida soltos
que encontro no meu quintal.

são poucos os tantos soltos
pedaços de vida prontos
que tenho para guardar
que se fossem tantos os prontos
pedaços de vida soltos
como aqueles que já quis salvar

eu não tinha espaço para mais.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Verdadeiras verdades irreais?

São o quê?

Sonhos perdidos nos livros bafientos?

Cobardias das crianças incrédulas,

Que vivem sozinhas nas ruas cinzentas e frias?


Andamos todos por aqui, moldes desta massa humana,

Vivemos perdidos entre o sonho, a realidade e

As simples verdadeiras verdades irreais…


Que não passam disso mesmo…

Verdades irreais.

Puro sonho, fantasia…


Acordamos, despertamos para a vida

E somos personagens, de obras erradas,

Difíceis de interpretar, difíceis de perceber,

Até para o mais astuto dos actores!..


E somos só isto:

Verdadeiras personagens irreais…

Nuno.

a genuina contrafacção

que uso e mostro e me faz sentir bem
está guardada bem fundo, no meu cofre escuro,
á vista de todos
e ninguém


e é linda e perfeita
é falsa, eu sei.


e por isso a escondo,
e por isso a estimo,
a verdadeira verdade irreal.
por ser tão perfeita,
por ser tão mais incrivel,
que uma outra verdade banal.