Meu caro amigo, deixo-te
três momentos,
três desassossegos de alma...
domingo, 9 de março de 2008
Lua
Contemplo-te na escuridão da noite
E vejo-te tão bela…
Dás-me a luz que preciso
E levas o meu triste olhar contigo.
A cidade é tua. Caminhas, só, pela noite…
Obrigado lua!
Nuno
Sossego
Este sossego que me inquieta,
Fugaz ausência do ser,
Que me consome e tira o ar…
Me faz tão pobre, tão pequeno,
Lutador eterno, que agora jura:
- Esta batalhar tem de terminar!
E desisto só! Não há volta a dar!..
Nem há um mártir…
Porque sempre sonhamos juntos,
Mas assim, distantes, haveremos de partir…
Nuno
quinta-feira, 6 de março de 2008
Dei tudo o que tinha
Mesmo sabendo que tudo não era nada.
Sonhei sempre tão alto e tão sozinho.
Viajei por tantos mundos, que me perdi pelo caminho
Quis mostrar que sou forte
(Ser incrível, este que eu quis ser…)
Escrevi palavras tão vãs neste recorte…
E dou por mim, de novo, sozinho ao amanhecer!
Dei-me ao luxo de viver actor.
Ter amigos, noites sombrias, até escrever poemas de amor!
Esqueci, por um momento, de pôr a máscara.
(Deixei cair as lágrimas e as palavras sinceras…)
Fui um ser honesto, mas triste!
(Incapaz, agora, de fingir neste texto, ao qual o mundo assiste…)
Não sei o que o futuro me reserva,
Mas conto com que seja longo o tempo que me espera…
E sei que nunca terei a coragem para te dizer o que sinto.
Ter-te-ei aqui, comigo, até chegar ao meu último destino!
Vejo em ti tudo, sendo eu nada.
Sou incapaz de te tocar ou sentir.
Perco horas a pensar na tua imagem, às vezes tão vaga…
E sei que não irá chegar o dia para te conseguir!..
(…)
Porque quase te venero,
Despeço-me neste sossego
E escrevo, agora, para não esquecer
Que és tu quem eu sonhava ter…
Nuno